Diretor de 'Old Boy' acerta no tom com padre-vampiro conflitado.
Como já disse antes, não gosto de filmes de vampiro, mas quando são contados de forma inédita e não-convencional (leia-se o oposto de Crepúsculo e afins), eu começo a me interessar.
O diretor sul-coreano Chan-wook Park me intrigou desde 'Old Boy'. Aquela atmosfera misteriosa me segurou do início ao fim, e em 'Sede de sangue' voltei a ter a mesma sensação. O filme é lento, sim, mas nada que tenha me dado sono ou feito enjoar. A vontade de saber mais deixa a gente preso, e a trama vai se desdobrando de formas totalmente inesperadas.
Dessa vez, nosso vampiro é um padre muito devoto (bonitão, até - deve ter virado ídolo oriental) que se oferece como voluntário na busca pela cura de um vírus mortal. Todos os voluntários desse experimento morrem, mas ele recebe um sangue por transfusão, sobrevive e por isso passa a ser aclamado como um santo milagreiro. Mas ele começa a se sentir estranho , com aqueles sintomas de sempre: uma força descomunal, horror ao sol, hiper sensibilidade e sede de sangue (aaaah agora entendi o nome do filme!). O problema é que ele tem aquela terrível culpa católica, não consegue morder ninguém, e nao sabe o que fazer para se alimentar.
Daí vem o conflito dos vampiros contemporâneos, que já comentei aqui no blog. São pessoas que não tem canino comprido ou são brancos como cera. São condenados que não querem matar pessoas ou deixar rastros. O filme se desenrola muito bem. Não tem nojeiras ou sustos - é mais sobre um conflito mesmo. Tem algumas cenas com um sangue a mais, uma cicatriz ali, um corte aqui, mas nada que faça nem os mais fracos virarem a cara.
Para se ter uma ideia, nosso amigo é tão gente boa que cuida de um cara em coma (ele é voluntário em um hospital) só para chupar o sangue via tubinho de soro. As cenas são bonitas e o desfecho bem amarrado. Indicado!
Gotas (0 a 10): Direção - 8; Sustos - O; Sangue - 6
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